Ga era descrente, sorria sem vontade. Vivia com tudo, por nada.
Andava não, rebolava. Atraía os olhos de quem passava. Dançava.
Batom na boca, batom que marcava a muitos, mas que saía na primeira lavada.
Continuava a sorrir.
Quantas juras de amor não ouvía?
-amar, Ga.
-amar - Ga mente.
Era toda rebuliços, saía, comprava, descomprava.
Um belo par de sapatos para o verão, para o sambão, aí sim sua crença!
Um para cada estação, para toda a atenção, e dançava.
Era preocupada de nada.
Não queria filhos, não queria casa. Vivia dos outros, e quantos outros viviam por ela!
Amava café, café amargo. Prazer pra pouca gente.
Não a faltava nada.
E os outros respondiam:
-amar, Ga.
-amar - Ga mente.
Infeliz e não sabia, cheia de nada, vazia de tudo.
Íam e vinham muitos, ela sempre ficava.
Pra ficar perto de todos, dançava.
E a música tocava lentamente:
-amar, Ga.
-amar- Ga mente.
2 comentários:
estranho explicar o que eu senti ao ler isto. não queria dizer somente "oh, que texto legal!", mas achei muito criativo esse negócio de Ga não amar.
lá, parebéns arrasou.
aushuahsuhauhsuahs.
amei. :)
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